"Vamos Dar um Tempo?" Por Que a Separação de Corpos Pode Ser o Fim do Seu Casamento
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Quando as brigas se tornam constantes e o ar dentro de casa fica pesado, surge uma ideia tentadora, muitas vezes soprada por amigos ou pela cultura moderna: "Por que vocês não dão um tempo? Sai de casa uns dias, esfria a cabeça, depois vocês conversam."
Parece lógico, não é? O afastamento traria paz e saudade. Porém, no Manual do Casamento, nosso posicionamento no item 1.3.3 do Estatuto é firme: Não incentivamos a separação de corpos como fuga de problemas.
Acreditamos que a distância física, longe de consertar, muitas vezes cria o abismo final que impede a reconciliação. Vamos entender o porquê biblicamente.
1. A Lógica de Eclesiastes: "Melhor é serem dois"
A Bíblia diz em Eclesiastes 4:9-10: "Melhor é serem dois do que um... Porque se um cair, o outro levanta o seu companheiro; mas ai do que estiver só; pois, caindo, não haverá outro que o levante."
O casamento foi desenhado por Deus como um sistema de suporte mútuo. Quando vocês enfrentam uma crise (seja financeira, emocional ou de pecado), é como se um dos dois tivesse "caído".
Se vocês estão sob o mesmo teto, há a oportunidade diária de estender a mão, de ver a dor do outro, de orar junto.
Se ocorre a separação de corpos (um vai para a casa da mãe, o outro fica), quem vai levantar o que caiu?
A distância física remove a oportunidade do cuidado. Você não pode enxugar as lágrimas de quem está a quilômetros de distância.
2. O Perigo do "Esfriamento" na separação
O argumento de quem sai de casa é: "Precisamos esfriar a cabeça". O problema é que, ao sair, você não esfria apenas a raiva; você esfria o amor, a intimidade e o vínculo.
Quando o casal se separa fisicamente, acontece um fenômeno perigoso:
A falsa sensação de paz: Quem sai de casa sente um alívio imediato (fim da briga). O cérebro associa "estar longe do cônjuge" com "paz", o que diminui a vontade de voltar.
A entrada de terceiros: Longe dos olhos do cônjuge, é muito mais fácil para "conselheiros" errados (amigos solteiros, parentes amargurados) ou até novas tentações amorosas entrarem na mente.
O endurecimento do coração: A Bíblia alerta para não deixar o sol se pôr sobre a ira. A separação física permite que o sol se ponha sobre a ira por dias, semanas ou meses, criando uma raiz de amargura difícil de arrancar.
3. Crises Existem para Serem Superadas Juntos
No Manual do Casamento, cremos que a crise não é um sinal de que "acabou", mas um convite para o amadurecimento. Fugir do problema saindo de casa é um ato de imaturidade. É como uma criança que tampa os olhos achando que o monstro vai sumir.
A separação de corpos é uma fuga. E quem foge da batalha não conquista a vitória. A verdadeira restauração acontece na trincheira, no dia a dia, dormindo na mesma cama (mesmo que de costas um para o outro no início), forçando o diálogo e buscando a Deus juntos.
"Mas e se for perigoso?"
Nota Importante: Precisamos fazer uma distinção clara. O item 1.3.3 fala sobre crises de relacionamento (brigas, incompatibilidade, frieza). Se houver violência física ou ameaça à integridade, a prioridade é a segurança (conforme trataremos no item 5.3.1). A integridade física deve ser preservada. Mas, para a grande maioria das crises conjugais que não envolvem risco de vida, a regra é a permanência.
Conclusão: Fiquem e Lutem
Se você está pensando em fazer as malas hoje, pare. Não dê espaço para o diabo criar um muro entre vocês. A separação de corpos é o primeiro passo para o divórcio legal.
Se o clima está ruim, ore. Se não conseguem conversar, fiquem em silêncio, mas fiquem juntos. A presença física mantém a porta aberta para o agir de Deus. Lembre-se: O que Deus uniu, nenhuma crise deve separar.
Você já teve a experiência de "dar um tempo"? Isso ajudou ou atrapalhou? Compartilhe sua história nos comentários para ajudar outros casais a não cometerem o mesmo erro.




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